3° Encontro – (22/03 e 05/04)

ATENÇÃO: Os encontros serão postados juntos devido a ambos se tratarem da mesma leitura.

“Ensinando a Transgredir” de Bell Hooks é uma obra seminal que desafia e reimagina o ato de ensinar como um ato de liberdade e transformação. Hooks, com sua escrita perspicaz e acessível, nos conduz por uma jornada através de suas experiências pessoais e acadêmicas, propondo uma pedagogia que rompe com os paradigmas tradicionais e abraça a diversidade e a inclusão.

O livro é uma crítica contundente ao sistema educacional hegemônico que perpetua desigualdades e silencia vozes marginalizadas. Hooks argumenta que o ensino deve ser um ato revolucionário, um meio de transgredir as normas estabelecidas e criar espaços onde todos os alunos possam se expressar plenamente e serem ouvidos. Ela destaca a importância de um ensino engajado, onde a prática pedagógica é intrinsecamente ligada às lutas sociais e políticas.

Para o nosso grupo de pesquisa, que adota uma perspectiva pós-estruturalista e decolonial, “Ensinando a Transgredir” oferece uma reflexão profunda sobre como a educação pode e deve ser um instrumento de empoderamento e emancipação. Hooks nos convida a repensar as estruturas de poder dentro da sala de aula, questionando quem tem voz e quem é silenciado, e como podemos criar um ambiente que valorize todas as formas de conhecimento.

A narrativa de Hooks é impregnada de experiências pessoais, relatos de sala de aula e teorias feministas e críticas. Ela não só discute o papel do professor como facilitador e mediador, mas também como um aprendiz constante, que deve estar aberto a novas ideias e perspectivas. Esta abordagem ressoa profundamente com a pesquisa narrativa, pois valoriza as histórias e experiências individuais como ferramentas poderosas de aprendizado e transformação.

Hooks também explora a interseccionalidade, destacando como raça, gênero e classe afetam a experiência educacional. Ela nos lembra que a luta por uma educação justa e equitativa deve considerar todas as dimensões da identidade e as múltiplas opressões que os alunos podem enfrentar. Esta visão holística e inclusiva é crucial para nosso grupo, que busca promover eventos e debates que abordem questões de importância social e educacional de maneira abrangente e interseccional.

“Ensinando a Transgredir” é mais do que um manual de pedagogia crítica; é um manifesto por uma educação que liberta e transforma. Hooks nos inspira a ver a sala de aula como um espaço de possibilidades infinitas, onde a criatividade, a curiosidade e a coragem de questionar são incentivadas e celebradas. Ela nos desafia a criar práticas pedagógicas que não só educam, mas que também despertam a consciência crítica e a paixão por justiça social nos alunos.

Para o nosso grupo de pesquisa, o livro de Bell Hooks é um recurso inestimável que nos motiva a continuar explorando e implementando práticas educacionais que sejam verdadeiramente transformadoras. Sua visão de uma pedagogia engajada e libertadora nos lembra da importância de transgredir as normas estabelecidas para criar um mundo mais justo e equitativo para todos.

Em resumo, “Ensinando a Transgredir” é uma obra poderosa que reafirma a educação como um ato radical de amor e resistência. Bell Hooks nos oferece uma visão inspiradora de como podemos usar a educação para desafiar as injustiças e construir uma sociedade mais inclusiva e compassiva. É um chamado à ação para todos os educadores e pesquisadores que acreditam no poder transformador da educação.

Bibliografia:

Hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução: Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Editora Martins Fontes. 2017.